Exposições
Rota Raiz – Impressões em Processo | Pedro David
Sobre o autor
Pedro David nasceu em Santos Dumont (MG -1977). Formado em jornalismo em 2001 pela PUC- Minas. Cursou pós graduação em artes plásticas e contemporaneidade na Escola Guignard – UEMG, em 2002. Publicou em abril de 2008, pela editora Cosac Naify, o livro Paisagem Submersa, em 2012, O Jardim, pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, e em 2013, Rota Raiz, pela editora Tempo D’Imagem. Participa de coleções de arte privadas e públicas no Brasil e no exterior. Ganhador de diversos prêmios: Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia – 2012; II Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea – 2102; Prêmio Brasília de Arte Contemporânea- 2012; Prêmio Especial do 31º Arte Pará – 2012; Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger – 2011; Prêmio União Latina – Martín Chambi de Fotografia – 2010; Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia – 2005; Mostra Competitiva do 32º Festival de Inverno da UFMG – 2000.
Texto crítico
Nas poucas vezes em que compareci à “boca da máquina” para acompanhar as impressões dos livros e catálogos que tive oportunidade de produzir, sempre encantei-me com acasos gerados pela distribuição lógica, mas incompreensível, dos cadernos de um livro abertos nas folhas de papel de 66×96 cm.
Quando são impressas as primeiras provas, à incrível velocidade de 10.000 folhas por hora, a edição, antes minuciosa, parece ter sido ignorada. Pelo menos durante o extenso tempo a que somos submetidos até que as folhas sejam dobradas e cortadas e o livro montado e acabado.
A reutilização das folhas usadas para acertar as cores e o registro da impressão geram imagens impensadas, aleatórias. As sobreposições de elementos que foram pensados para coexistir, na mais próxima das possibilidades, lado a lado, geram tensões físicas, estéticas e conceituais, mas são descartadas ao final de cada serviço que sai pronto e encadernado das gráficas.
Ao imprimir Rota Raiz, mais uma vez recolhi restos destes acasos criados durante os testes de impressão de cada caderno. Não apenas pela ansiedade de ter nas mãos algum registro palpável do livro que ainda não chegou. Mas, desta vez, com a certeza de que os levaria a público de alguma forma.
Esta simples exposição é uma amostra destes bastidores da impressão de um livro, e de fugas que as imagens podem empreender quando são postas à prova.
Pedro David