Exposições
Retratos | Jorge Bispo
Sobre o autor
Jorge Bispo nasceu no Rio de Janeiro em 1975, filho de uma família de atores e diretores de teatro. Seu interessepela fotografia é despertado ainda na adolescência para registrar as produções teatrais de sua família.Formado em artes plásticas pela Escola de Belas Artes na UFRJ, egresso do curso Abril de jornalismo trabalhou em alguns dos principais veículos de imprensa do Brasil, como – Jornal do Brasil, Editora Abril, Jornal dos Sports eAgência Fotosite.Hoje é professor da Escola de fotografia Ateliê da Imagem e colabora com retratos, ensaios e fotografia de moda para publicações como Playboy, Trip, TPM, Oi, Vip, V, Trace Urban (NY), New York Times Magazine, POP entre outras.
Paralelo ao seu trabalho editorial desenvolve projetos de Fine arts, como o livro que vai ser lançado pela Tema Livros no próximo ano chamado – Álbum de Casamento. Em 2004 expôs o trabalho Álbum de Casamento na galeria ArtexArte , em Buenos Aires, Argentina. Participou da mostra coletiva – Mostra o Seu que eu Mostro o Meu na Casa França-Brasil no Rio de Janeiro, com o trabalho AU.tóp.sia. Esse ano tem mostras agendadas em Lima e São Paulo.Tem obras no acervo do Museu de Bellas Artes de Caracas, na coleção Joaquim Paiva e em outras coleçõesparticulares.
Texto crítico
O retrato na pintura era um dos privilégios dos nobres antes da Revolução Francesa e a criação da fotografia na França veio para democratizar e popularizar essa distinção social. Ao longo desses mais de 160 anos, o retrato tem sido a principal referência pictórica da fotografia entre nós – e a mais importante ferramenta editorial da imprensa de qualidade .
Assim como o grande mestre Arnold Newman, Jorge Bispo pertence a uma estirpe de fotógrafos que conseguem sintetizar, com um gesto e uma luz, as angústias e tristezas, alegrias e ansiedades, as fantasias e verdades de seus personagens fotografados. Ou, em algum momento, de uma geração inteira. Suas imagens nos remetem para outros estágios da sensibilidade, nos deslocam do próprio mundo para um outro inteiramente novo e mais enriquecedor. Mas, principalmente, nos fazem pensar naqueles personagens de uma maneira nova e completamente desestabilizadora. É essa perturbadora provocação, herdeira bastarda dos grandes retratos da pintura clássica, que nos comove e nos arrasta.
Roland Barthes – escritor, crítico e filósofo – nos apresentou em A Câmara Clara a relação genética entre os princípios do teatro e da fotografia. Enredo, luz e cenários são características de ambas as expressões. Da mesma forma, as imagens da exposição de Jorge Bispo nos permitem entender rápida e visceralmente as razões do genial semiólogo francês, especialmente por seus protagonistas serem grandes atores e personalidades da cultura nacional. Atráves do seu enredo, luz e cenário, a fotografia de Jorge Bispo está aqui para ser fantasiada e vivida por nós.
João Bittar, editor de fotografia