Exposições
1+1>2 | Ana Rodrigues e João Paulo Pereira
Sobre o autor
Ana Rodrigues, desenvolve trabalho autoral desde 2008. Tem 4 exposições individuais (Haikai – 2011, Cultivar o Jardim – 2013, #minhajanelaminha – 2015 e Entre – 2017) que foram apresentadas no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Juiz de Fora, Curitiba e São Paulo. Participou de exposições coletivas em Buenos Aires, Beirute, Aman, Moscou, Quito, Lisboa, Rio de Janeiro. Selecionada para o 16º Salão de Arte de Jataí. Criadora do coletivo O Escambal que desde 2010 desenvolve trabalhos para difundir a fotografia. O coletivo já produziu ações em Lisboa, Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Tiradentes. Participou como convidada de festivais como Paraty em Foco, JFoto, e Canela Foto Workshops. Em 2018, participou do projeto Olhares Cruzados promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
João Paulo Pereira, cursou Comunicação Visual na Escola Nacional de Belas Artes da UFRJ. Estudou fotografia com Dick Welton, fez cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, de Processo Criativo com Charles Watson, História da Arte com Marcelo Rocha, História da Fotografia e Fotografia Expandida com Denise Cathilina. No Ateliê da Imagem, Fotografia como Artes Visuais com Marcos Bonisson e Desenvolvimento de Projeto com Franz Manata. Fotolivro com Rony Maltz e Walter Costa na Livraria Madalena, Rio de Janeiro. Participou da coletiva “Imagens para o Futuro” no Centro Cultural Yves Alves durante o Foto em Pauta em Tiradentes também exposto na Villa Aymoré no Rio de Janeiro, em 2018.
Texto crítico
A ciência contemporânea é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias que inauguraram velocidades de comunicação inéditas. Ao toque de uma tela inteligente, informações viajam pelo espaço e conectam interlocutores quase instantaneamente. Mas o que significa “instantaneamente”?
Para a física, o tempo não passa, ele simplesmente é – como a largura de um quadro, a altura de uma parede ou a profundidade de uma sala. Eventos do passado, presente e futuro co-existem, desde sempre, como se fossem imagens diagramadas em uma mesma superfície, simultaneamente disponíveis.
Há um limite, porém, para essa aceleração vertiginosa: a velocidade da causalidade. A relação entre causa e efeito é a própria matéria da História; é o que nos faz seres pensantes, auto-reflexivos e responsáveis pelas nossas ações.
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Para cada foto enviada, uma foto em resposta. Ao dispor lado a lado ação e reação, proposta e contraproposta, Ana Rodrigues e João Pereira evocam justamente a relatividade da nossa percepção temporal, apenas para restituir, por meio de estratégias de edição e exposição, o tempo sequencial que é prerrogativa de toda história.
Nesse singelo exercício de construção de narrativa mínima (“dois” é o mínimo que forma o múltiplo), o desafio foi reconstituir, no espaço tridimensional desta galeria, a quarta dimensão que a fotografia achata de forma tão eficaz.
Na arte, ao contrário das ciências exatas, um mais um sempre resulta em um terceiro que, no entanto, é irredutível às suas partes. Na medida em que vemos uma imagem antes da próxima, depois da anterior, não podemos evitar arrastar conosco nossas impressões e expectativas, nossos afetos e anseios. A ordem dos fatores altera o produto.
Daqui em diante, a matemática já não nos ajuda: entramos no pântano da linguagem. A partir daqui, estamos à deriva. O resultado não é preciso.
Rony Maltz