Exposições
Insulfflare | Rosario López
Sobre o autor
Estudou Artes Plásticas na Universidad de Los Andes (Colombia) e realizou um Mestrado em Escultura no Chelsea Collage of Art and Design, em Londres. Participou de várias exposições coletivas como a VII Bienal de Arte de Bogotá, 2000, onde ganhou o primeiro prêmio; no II Encuentro Iberoamericano de Fotografía, Museo de Arte Contemporáneo Sofía Imber de Caracas e 13 Horas, Sala Mendoza, Caracas, Venezuela em 2001. Individualmente apresentou seu trabalho na Aliança Francesa, Bogotá (Trampas de Viento 2000), Galeria Diners, Bogotá (Trampas de Viento, 2003) e na Galería Casas Riegner, Bogotá (Abismo, 2005). Em 2002 apresentou o projeto Plaza de Bolívar na Casa Museo Quinta de Bolívar, em Bogotá. No mesmo ano foi seleccionada pelo Programa de Residências Artísticas Djerassi, California, para participar como Artista en Residência. Recebeu do programa o prêmio Marianne Pallotti Fellowship Award.No ano de 2006 viajou para a França para iniciar o projeto Insufflare en CAMAC, Marnay Art Centre.
No mesmo ano o curador norte-americano Robert Storr selecionou um fragmento do projeto Abismo para participar na 52ª. Exposição Internacional de Arte, Bienal de Veneza 2007. Rosario López trabalha desde o ano de 1999 como coordenadota e professora da Facultad de Artes de la Universidad Nacional de Colombia. MARÍA IOVINO | CURADORAE estudou Artes e Directo na na Universidad de los Andes (Bogotá), onde graduou-se com ênfase em História Universal. Especializou-se em Crítica de Arte na Universidad del Rosario (também em Bogotá).Atualmente é bolsista pela Colombia para o projeto Recovering Sources of Latin American Art, coordenado por Maria Carmen Ramírez no Museu de Belas Artes de Houston, U.S.A. (este projeto reúne investigadores selecionados por Maria Camen Ramírez de diferentes países da América Latina para desenvolver un trabalho conjunto sobre a arte moderna no continente).
Simultaneamente prepara a curadoria e o catálogo de quatro exposições individuais simultâneas (Oscar Muñoz, José Alejandro Restrepo, Miguel Ángel Rojas y Fernell Fanco) que irão itinerar por diferentes museus da América Latina, Europa e Estados Unidos. A itinerância iniciará em setembro de 2007 no Museu Nacional de Belas Artes de Río de Janeiro, durante o FotoRío 2007.Entre seus recentes projetos de investigação se destacam as publicações “Antes de que el mundo fuera”, dedicado ao trabalho de desenho de Luis Roldán e outro da obra de Fernell Franco (fotografia, será publicado em breve por ocasito de sua mostra no Rockefeller Center em Boston); “Contra el olvido” (fotografia documental), desenvolvido durante o Primeiro Foro Internacional de Paz y Justicia Restaurativa (Colombia); “Fernell Franco, Otro Documento” (fotografia, investigação de recuperação de arquivo), “Volverse aire”, dedicado à obra de Óscar Muñoz; e “El Universo en caja”, dedicado à obra de Bernardo Salcedo, além de três volumes da coleção “Nuevas Propuestas del Arte Colombiano”, em co-autoria com Carmen María Jaramillo e José Roca.
Como curadora e investigadora, foi convidada a desenvolver projetos e conferências em diversos países da América Latina, Europa e Estados Unidos. Foi professora de História de Arte, de História da Arte Moderna e de História da Arte Colombiana e Latinoamericana das Universidades de los Andes, Jorge Tadeo Lozano e Javeriana (em Bogotá) e conferencista convidada na Universidad de Buenos Aires. Na Universidad de los Andes foi também coordenadora acadêmica do Departamento de Artes Plásticas, e na Javeriana foi Diretora do Departamento de Artes Visuais e encarregada de desenhar e dar início à carreira de Artes Visuais, bem como montar o corpo docente e de implementar a biblioteca e videoteca do Departamento de Artes. Foi Diretora de Educação do Museu de Arte Moderna de Bogotá, guia para a programação cultural da televisão colombiana, além de assessora de diferentes entidades culturais.
Os programas televisivos que realizou semanalmente durante três anos, ganharam o Prêmio Simón Bolívar (principal prêmio da atividade em Colombia) na categoria de melhor programa cultural e melhor direção cultural. Seu projeto bogotavisual.com ganhou o prêmio do Instituto Distrital de Cultura e Turismo (Bogotá, 1998), reconhecido em 1999 como um dos melhores projetos de web por avaliadores da Europa, América Latina e Estados Unidos. Também foi bolsista do programa de visitantes da Fundación La Carolina. Recentemente (agosto 2006) recebeu o Prêmio de Crítico Latino-americano outorgado pela Associação de Críticos de Arte na Argentina.
Texto crítico
Em Insufflare, Rosario López amplia, com outra instrumentação, a observação sobre o aéreo, o móvel e o mutante que fundamenta o projeto escultórico desenvolvido com o apoio da fotografia. Essa foi a mídia com a qual, durante dez anos, a artista registrou e tornou visíveis as reflexões surgidas em sua obra a partir do enfrentamento de conceitos tais como o de matriz e permanência – pilares do procedimento da escultura. Ao contradizer esses preceitos, a artista transporta, de maneira simultânea, a convenção bidimensional do fotográfico para a do espaço tridimensional escultórico circulante e vivencialmente modificável e questiona, também, a solidez da escultura.O que Rosario López aponta com o recurso fotográfico não é o corpo retido, congelado, capturado e registrável, comumente tratado pela fotografia e a escultura. Contrariamente, sua observação se foca no indeterminável e mutante do que é visível, e também do invisível.
Em outras palavras, a artista se debruça sobre o que não se reduz à idéia de instante ou de momento, que edificam a noção de registro ou captura. A essência em cuja inteligibilidade se localiza esta obra é a do movimento como constância e como poder que estabelece a forma e ao mesmo tempo a desfaz, portanto, como força que insufla e dá ordem e lógica transitória ao existente.Desse fato nasce paralelamente uma importante consideração sobre o estrutural como assunto, antes que permanente, flexível e cambiante. Desta maneira, a artista conecta a idéia ou possibilidade da estabilidade à constante mobilidade/mutabilidade, decerto numa instância menos perceptível, questão que também expressa a coexistência (suspensa e harmônica) de diferentes tempos, ritmos e velocidades em um mesmo momento presente.
María A. Iovino