A artista gráfica Elisa von Randow, radicada em São Paulo, faz sua primeira exposição numa galeria de arte.
Designer e ilustradora pemiada (Prêmio Jabuti 2007), atualmente desenvolve projetos na área cultural, desenhando catálogos de exposições, capas de livros, jornais literários e livros de arte. Imagens, desenhos, colagens e idéias que habitam dezenas de cadernos moleskines vão agora povoar as paredes da Galeria do Ateliê.
“Mas de tudo fica um pouco. Da ponte bombardeada, De duas folhas de grama, Do maço — vazio — de cigarros, ficou um pouco.” (In Resíduo, Carlos Drummond de Andrade)
Onze meses sabáticos, 56 cidades percorridas a pé, de carro, bicicleta, trem, barco, ônibus, balsa, feluca ou avião. A tiracolo, duas câmeras digitais e um laptop, totalizando milhares de imagens armazenadas em 20 gigas de memória. Vinte gigas de memórias. Roubados. Na volta para casa. Em São Paulo. Numa noite de ausência e frio. Momentos, passagens, fragmentos de gesto e luz, imagens legitimadoras de acontecimentos pessoais, retratos de uma identidade andarilha – tudo perdido. Tudo agora existente apenas em algumas cópias únicas impressas e também em desenhos, colagens e gravuras a reproduzirem não mais o instante, mas a memória do instante, como ruínas restauradas, em que novos e antigos materiais se misturam para remontar a realidade evaporada na fração de segundo seguinte ao fato acontecido. Em suas “memórias perdidas”, Elisa nos confronta com o fato universal – e nem sempre aceitável – de que assim que o instante muda, muda também a verdade.
André Viana
PARCERIAS
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