Exposições
Pluracidades | Guilherme Maranhão
Sobre o autor
Guilherme Maranhão (Rio de Janeiro, RJ, 1975) reside em São Paulo desde 1985. Na fotografia sua pesquisa está centrada na busca de alterações do processo de formação de imagens e na subversão das ferramentas produzidas pela indústria.
Exposições individuais
“Osasco”, USP – Ribeirão Preto, 1999.
“Plural”, Gallery 44, Toronto, 2003.
“Plurais”, Espaço Viga, São Paulo, 2003.
“Meu Corpo”, Itaú Cultural, 2005.
“Pluracidades”, Ateliê da Imagem, 2008.
Exposições coletivas
“A Casa da Vó”, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 1996.
“Osasco”, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 1998.
“Studio Alert”, Kitchener Waterloo Art Gallery, 2002.
“Lunar Exploration”, Kitchener Waterloo Art Gallery, 2003.
“Plural”, Espaço Porto Seguro Seguros, 2005.
“Plural”, FotoArte Brasilia, 2005 (intinerou por Goiânia ainda em 2005).
“Visite decorado”, Tendal da Lapa, 2005.
“Desidentidad”, IVAM, Valencia, Espanha, 2006/7.
“Paisagens Transitórias”, Prêmio Porto Seguro 2007.
“Retrato em Questão – a Imagem Brasileira”, Prêmio Porto Seguro 2008.
“Photoimpressões”, Espaço Coleção Particular, 2010.
“10 Anos do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM-SP”, MAM-SP, 2010.
“Geração 00”, Sesc Belenzinho, 2011.
Em 2007 recebeu o Prêmio Porto Seguro de Fotografia. Tem obras no acervo do MAM-SP e em coleções particulares.
Texto crítico
O olho de um scanner abandonado não está cego. Ele apenas deixou de olhar o mundo de forma obediente conforme programação formulada pela indústria. Um equipamento quebrado se transforma num marginal dentro da sociedade de consumo. A esse olhar marginal da máquina, Maranhão sobrepõe uma atitude libertária, subversiva de reinventar o seu ponto de vista sobre o visível.
Ao recuperar esse olho eletrônico do lixo das lojas de sucatas e reinserí-lo no mundo, o artista ao mesmo tempo tira do automático a máquina, a função do fotógrafo e, por fim, a percepção de quem observa tais imagens.
Este circuito, criado por Maranhão, permite que o acaso também concorra na interpretação da paisagem, conferindo-lhe uma visualidade que não tem como referência a hegemonia do olhar humano, e tampouco siga a bula do programa que transforma o mundo numa mimese pasteurizada e hegemônica, elaborado pelos engenheiros.
“Pluracidades”, gestada à margem da automaticidade do olhar da indústria eletrônica e sob o ponto de vista desse fotógrafo desobediente das regras, faz emergir no nosso olhar robotizado a paisagem reinventada de uma cidade errática, a cidade de Maranhão!
Sem referências geográficas, essa estranha urbe se redesenha em geometrias lúdicas, em rastros luminosos que flagram a passagem do tempo. E, assim, a vida se precipita, linha por linha, em poéticas fusões de cores, formas e associações que redimensionam a experiência do olhar.
Eder Chiodetto