Exposições
Nada Está em Seu Lugar | Elisa Von Randow
Sobre o autor
Elisa v. Randow trabalha como designer desde 1995. Em 97, fez o Curso Abril de Jornalismo em Revistas, onde trabalhou até 2001. Neste ano passou a integrar a equipe do Máquina Estúdio, de Kiko Farkas, onde desenvolveu ainda mais o trabalho para o meio editorial e instituições culturais como Museu Lasar Segall, Instituto Moreira Salles, FAAP, OSESP, Companhia das Letras e muitos outros. Em 2008, resolveu tirar um período sabático e viajar pela Europa e Egito tendo como companheiros duas câmeras fotográficas digitais, vários caderninhos e um laptop onde ia armazenando as informações sobre a viagem, que publicava no blog www.nefertitibackhome.blogspot.com. Atualmente, tenta continuar em estado permanente de viagem, com o olho curioso e a mente criativa, em plena cidade de São Paulo e vai anotando suas andanças e descobertas no blog www.avidanamonstropolis.blogspot.com
Designer e ilustradora premiada (Prêmio Jabuti 2007), atualmente desenvolve projetos na área cultural, desenhando catálogos de exposições, capas de livros, jornais literários e livros de arte.
Texto crítico
Onze meses sabáticos, 56 cidades percorridas a pé, de carro, bicicleta, trem, barco, ônibus, balsa, feluca ou avião. A tiracolo, duas câmeras digitais e um laptop, totalizando milhares de imagens armazenadas em 20 gigas de memória. Vinte gigas de memórias. Roubados. Na volta para casa. Em São Paulo. Numa noite de ausência e frio. Momentos, passagens, fragmentos de gesto e luz, imagens legitimadoras de acontecimentos pessoais, retratos de uma identidade andarilha – tudo perdido. Tudo agora existente apenas em algumas cópias únicas impressas e também em desenhos, colagens e gravuras a reproduzirem não mais o instante, mas a memória do instante, como ruínas restauradas, em que novos e antigos materiais se misturam para remontar a realidade evaporada na fração de segundo seguinte ao fato acontecido. Em suas “memórias perdidas”, Elisa nos confronta com o fato universal – e nem sempre aceitável – de que assim que o instante muda, muda também a verdade.
André Viana