Exposições
Devaneios | Demian Jacob
Sobre o autor
Demian Jacob é fotografo nascido no Rio de Janeiro, formado em Geografia e Meio Ambiente na PUC- Rio e pós graduado em Fotografia memória e Comunicação pela UCAM. Durante a graduação frequentou vários cursos de fotografia arte e design. Foi assistente de diversos fotógrafos de moda fine art e trabalhos no estúdio de publicidade gpcstudio. Em 2015, se formou em fotografia de grande formato pelo ICP-NY , paralelamente ao curso, trabalhou com fotógrafos. Recentemente teve a série de polaroide “Objetos Deslizantes” selecionada para fazer parte da coleção do Museu de Arte do Rio – MAR. Seu trabalho tem ênfase na percepção de uma nova paisagem e relação do homem com o espaço geográfico. Usando sempre os recursos da fotografia, Demian desenvolve pesquisas em diferentes áreas.
Texto crítico
As fotografias de Demian Jacob nesta exposição “Devaneios” mostram-nos um mundo de sonhos, de contemplação, de viagens, quartos de hotel, cores, nuvens, a natureza presente, silêncio, paz, ordem, o branco (a cor), avião.
Um diário visual, no qual muitas vezes o desfoque nos lembra a rapidez com que o tempo se esvai em nosso mundo célere. Um diário visual no qual as imagens esbranquiçadas nos remetem à memória que se dilui, à realidade que se esfumaça, o ver através da cortina. Um trabalho que se inspira no momento, no mundo à volta, na beleza, na delicadeza.
Devaneios de “sonhar acordado”, como escreve o próprio artista: “catalogar o mundo ao redor”, “abordando coisas mais do que seres” e “com negativo 35 mm, intuitivamente, a maioria das vezes com uma câmera no automático”. Uma fotografia do cotidiano, não documental, de fragmentos, poética. Uma fotografia que não teme questionar as regras técnicas do aparato, o certo e o errado, e não se submete ao Photoshop.
Uma fotografia que, ao invés de colocar a tecnologia no pedestal, faz desta um instrumento de criação e de liberdade para olhar em torno: o que se vê já é suficientemente belo e/ou estranho a ponto de impressionar um espírito sensível, o que dizer se sobrepõe à obediência à máquina.
As suas imagens me fazem pensar na japonesa Rinko Kawauchi e suas delicadas paletas cromáticas, ou nos brasileiros Orlando Maneschy com suas cores enevoadas e Carine Wallauer com a sua grande roda gigante, o céu ao fundo. Todos eles fotógrafos-artistas contemporâneos.
Trabalho pessoal e profissional do artista estão muito mais próximos do que se imagina. Basta ver um e outro. Ambos partem de um único artista. Trabalhou com fotógrafos de moda e de fine art, estudou fotografia. Artistas que preferem ver tal como sentem, sem amarras.
Joaquim Paiva