Exposições
Corpos Líquidos | Fabian
Sobre o autor
Nascida em Montecchio Emilia ( Reggio Emilia, Italia ), em 1965. Iniciou sua carreira de fotografa no setor da moda em Milão em 1992. Colabora frequentemente com diversas revistas, entre elas Anna, Grazia, Vogue Pelle, Vogue Gioiello, GQ, Glamour, Io Donna, Elle França, Max França ,BIBA, Stile, Vizoo, OI ,TRIP, W New York. No período de 1990 a 1994, estudou e trabalhou como assistente de diversos fotógrafos de moda internacionais, dentre eles: Oliviero Toscani, Jean Baptiste Mondino, Francesco Scavullo, Gianpaolo Barbieri, Mario De Biasi, Frank Horvat, Franco Fontana. Desde 2000 vem expondo seu trabalho em fotografia e vídeo em instituições e galerias como no 20° Fotofestival Montecchio Emilia RE (2002), FotoRio 2003 Galeria Anita Schwartz Rio de Janeiro (2003), Orvieto Fotografia Italia (2004), Bienal de Arte de Londres (2004), Festival Domotov Japão (2004), RED Festival I Teatri Reggio Emilia (2005), FotoRio 2005 Galeria Anita Schwartz.
A exposição e livro Corpi all’infinito foi apresentada em Parma (2005); em 2006 rodou por Roma, Modena, Ferrara, Mantova, Barcelona, Rio de Janeiro e São Paulo, Ludwigshafen e Ludwigsburg (Alemanha), EYE” Aja (Holanda); e em 2007 pode ser vista na Maison et Objet , em Paris e na Artefacto 2007, no Rio de Janeiro. Fabian publicou os livros: The Documentary, sobre a Cultura Budista Tibetana (Itália 2000) e os livros sobre dança Silent Music (Itália 2002), Corpi all’infinito (Itália 2005) e Moto Sospeso(Itália 2006). Suas obras estão no acervo de importantes colecionadores e de galerias no Brasil, Itália, França, Portugal e Inglaterra). Desde 1999 ensina fotografia de moda no Ateliê da Imagem no Rio de Janeiro. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro e em Milão.
Texto crítico
Fotografar a dança fora do palco é a idéia por trás das imagens de FABIAN. Esta decisão fez que o tema fosse abordado não como um espetáculo e sim como uma maneira de perceber a corporeidade. O bailarino profissional, assim como o atleta, deve ter uma noção mas profunda do seu próprio organismo do que a de um homem comum.Assim como o movimento na dança é leve e natural como a respiração, Fabian também conseguiu a maneira de revelar o mesmo em suas imagens. Começando com um conhecimento casual da dança, a autora logo empreendeu uma pesquisa que a levou a encontrar diversas pessoas e a estabelecer uma relação simbiótica com elas. O conhecimento que os dançarinos têm dos seus corpos e a habilidade de se mover harmoniosamente foi capturada e transferida à imagens exprimem visualmente o que seria equivalente ao ritmo musical.
A certeza do profissionalismo obtido através da fotografia de moda, onde o corpo vestido é o protagonista, deram o fundamento necessário que Fabian precisava para compreender o valor da realidade corpórea. Contudo, essas imagens nunca poderiam existir sem a cumplicidade direta dos bailarinos. A diferença fundamental entre essa série de fotografias e imagens tradicionais tiradas num teatro durante uma apresentação vem do fato de que nesse momento a confiança do fotógrafo e do artista é imediata, e a diferença dos seus papéis já não os separa. Nem mesmo a grande barreira do palco se interpõe entre eles. Cada qual se apropria da medida do espaço e o bailarino não interpreta um tema audível, como faz no teatro, mas segue uma musicalidade interna conhecida somente por ele mesmo. Nesta situação, não há escolha para o fotógrafo a não ser rejeitar a documentação das formas de dança e estar presente no corpo da matéria como a visão absoluta tentando afinar o ritmo secreto dos movimentos e traduzir as imagens que são diferentes entre elas como se fossem personalidades artísticas, pois as formas corporais e os locais de apresentação são diferentes.
Somente quando consideramos esta condição é que è possível entender como os corpos em movimento, às vezes piscando como a chama de uma vela ao vento, alternam figuras sólidas e imóveis tão poderosas quanto esculturas clássicas. Elas não são e não desejam ser simples fotografias carnais e sim imagens de animação suspensa. São representações visuais da pausa entre as batidas no espaço silencioso compartilhado que está alerta à tensão própria ao movimento.As fotografias de Fabian dão forma visual a um conceito abstrato: a harmonia comunicada silenciosamente que emana de um corpo em movimento rítmico.
Massimo Mussini, crítico de arte italiano