Exposições
Colagens/Estudos | Marcos Bonisson
Sobre o autor
Marcos Bonisson vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Estudou gravura, desenho e fotografia na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1977-1981). Desde 1978 trabalha com fotografia, Super 8 e vídeo. Participou no final dos anos 70 com intervenções urbanas no projeto Program in Progress ( Kleemania no Caju. 1979 e Esquenta para o Carnaval no morro da Mangueira. 1980 ), organizados pelo artista Hélio Oiticica. Morou pôr 10 anos na cidade de Nova Iorque, onde trabalhou em laboratórios fotográficos e na Agência Magnum no setor de arquivo e duplicação (1990). No Brasil tem exposto seus trabalhos em galerias e espaços culturais e leciona Fotografia Contemporânea no Ateliê da Imagem desde 2000. Participou da comissão de indicação do Prêmio Nacional de Fotografia, concedido pela Funarte nos anos de 1997 e 1998. Tem seus trabalhos em coleções como a de Gilberto Chateaubriand, Joaquim Paiva e da Fondation Cartier Pour L´art contemporain em Paris, entre outras. Foi ganhador da Bolsa Rio Arte 2000 com o projeto em vídeo Hèliophonia, que abordava o Quase-Cinema do artista Hélio Oiticica. Outros projetos em vídeo de Marcos Bonisson incluem: Desígnio sobre o artista plástico Artur Barrio, Fernanda Gomes sobre o trabalho da artista plástica e Mi Casa Su Casa com o artista Cabelo. Em 2006 foi convidado a participar da 27a. Bienal Internacional de São Paulo. Marcos Bonisson tem seu trabalho representado pela Galeria Artur Fidalgo na cidade do Rio de Janeiro.
Texto crítico
“Meu nome é ninguém”, fala de Ulisses em a Odisséia.
De início, a idéia de mostrar estudos, fragmentos, rascunhos visuais produzidos nos últimos tempos. Ocupar um espaço com essa presença. Nenhum conceito único que amarre tudo, apenas afirmação da experiência e a evidência de um processo. Relacional, desvios, espiral, impossível seguir em linha reta ou estancar o fluxo ininterrupto que se expande. Vislumbres, vibração, cola e papelão: fragmentos de fragmentos, peças de um mosaico de forma incerta. A contradição como essência do ato, agora, antes e depois. Tentativas falhas e certeiras projetam vias de mão dupla de escolhas e dúvidas. Sem pudor se expõe um sopro, respiros de um percurso em ziguezague, trabalho sem fim, como um Merzbau de Kurt Schwitters transmudado hoje. As colagens / estudos dispostos no espaço ganham sentidos insuspeitos, os acréscimos de cada espectador se insinuam nos intervalos. O que antes não existia, passa a ser constituído, e só acontece na presença dos que observam. Porém há sempre algo mais, imanente, algo que se adivinha, mas não é dito, pois não se pode explicar o que apenas existe em si.
Ana Cavalcanti
Professora Doutora EBA / UFRJ